Operações, o desafio constante para uma organização;

Operações, o desafio constante para uma organização
O mundo global atual necessita organizações altamente competitivas nos seus negócios, com uma forma de atuação não só otimizada, mas também dinâmica.
Com uma estrutura organizacional hierarquizada ou mais transversal, todas as suas áreas devem funcionar coordenada e alinhadamente em conformidade com uma estratégia previamente definida. Não obstante da importância de todas as áreas de uma organização, as Operações destacam-se pela sua transversalidade de funcionamento uma vez nunca poderiam funcionar de forma isolada, mas sim em total alinhamento e iteração com as restantes áreas, desde os Recursos Humanos – para assegurar necessidades - até à Financeira e Contabilidade – para gestão de custos, proveitos e necessidades de cash-flow – passando entre outras, pelas Vendas, Gestão de Produto, Desenvolvimento.
As operações enquadram-se com maior ou menor criticidade e impacto no modelo de negócio e podem compreender diferentes âmbitos e formas de atuação, quer numa perspetiva interna: desde a logística de armazém, gestão de projetos, compras; quer numa perspetiva externa, como por exemplo logística nacional/internacional, prestação de serviços ou até serviço a cliente.
Dependendo da dimensão, área de atuação e modelo de negócio, cada organização pode ter uma Gestão de Operações com maior ou menor abrangência, sendo crítico que a sua gestão seja realizada alinhada com os objetivos e sempre com o conceito de melhoria e otimização. A dinâmica dos negócios e a sua competitividade, obriga a uma constante rescrita da forma de atuar, representando um desafio para os Gestores de Operações, que necessitam de uma constante aprendizagem, planeamento, atuação e avaliação de resultados.
Uma das áreas mais críticas, nas operações e nas empresas, é a Gestão da Cadeia de Abastecimento (“Supply Chain”) e Gestão Logística, principalmente em organizações que atuam em larga escala (p. ex. com uma operação internacional em vários continentes), necessitando de ter uma visão e gestão global de várias variáveis em simultâneo. 
Diz-se que o Mundo, na logística, é cada vez mais pequeno…e é verdade!!! Mas nos últimos anos vários acontecimentos tem causado um disrupção na cadeia de abastecimento mundial, com impactos algo catastróficos. Em 2020, o COVID-19 foi o triger point para uma onda de choque de acontecimentos que originou aumento de custos e falta de previsibilidade a nível mundial. Nos anos subsequentes, agravado, pela escalada no aumento dos combustíveis, conflitos armados em várias áreas do mundo impactaram negativamente as principais rotas logísticas. Verificou-se principalmente o aumento de custos de transporte (em alguns casos mais de 200%), aumento de tempos de transito, e a falta de disponibilidade para o transporte de mercadorias, uma vez que o congestionamento de vários portos e aeroportos faz com que os custos subam exponencialmente, as mercadorias não consigam chegar ao ponto de destino atempadamente, ou até em alguns casos mais críticos, dificilmente consigam sair do seu ponto de origem.
Como é que uma organização se consegue preparar e evitar tudo isto? Não pode!!! Mas consegue mitigar! Pode e deve preparar-se e atuar de forma preventiva e corretiva. A chave passa por identificar e gerir os riscos envolvidos, alinhar as operações com o plano estratégico, acompanhar as tendências globais, definir planos de ação em conformidade com a forma de atuação e/ou cada operação específica (principalmente em organizações que atuam mais globalmente). Para tal, é necessário um trabalho continuo, onde os seus colaboradores, desde as áreas mais operacionais até aos quadros de gestão especializados, necessitam de estar constantemente a avaliar o que se passa, adquirir novos conhecimentos e ter bem enraizado na cultura da organização uma abordagem de resiliência, flexibilidade e agilidade para melhor poder perceber e atuar em cada situação. 
Se olharmos para os quadros de gestão, responsáveis principais pela orientação estratégica e operacional das suas equipas, estes necessitam de estar constantemente aptos para tais funções. Onde a sua experiência advém quer de conhecimento adquirido por experiências passadas já “vividas”, quer pela aquisição de novos conceitos. A importância de partilha de experiência e aquisição de conhecimento deve ser algo continuo em funções de gestão numa organização.
A constante evolução e mudança, quer da envolvente do negócio quer do posicionamento das organizações, obriga a um acompanhamento, monitorização e atuação regular na gestão das suas operações. 
Uma operação não é algo isolado, nem tão pouco limitado, é um processo continuo onde impera a comunicação, a adaptabilidade, a aprendizagem e a resiliência de todos os envolvidos, só assim será possível conseguir ultrapassar os desafios e alcançar o sucesso.
João Felgueiras docente no MBA Programme Online - ISAG Executive Academy, 17/10/2024
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