A sucessão na liderança e na propriedade das empresas familiares em debate no BBVA

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

No passado dia 11 de abril, na sede do BBVA no Porto, decorreu um seminário dedicado à temática da sucessão nas empresas familiares, com a participação ativa de dezenas de gestores e gestoras de sociedades controladas por famílias empresárias.

Rui Costa, executive director do BBVA em Portugal e anfitrião do evento, salientou o apoio que manifestamente o banco dá às empresas, nomeadamente em processos de internacionalização e em operações que facilitam reorganizações societárias, muitas delas ligadas a processos de sucessão em empresas familiares, e o foco na parceria que o banco estabelece com os empresários no sentido de os acompanhar muito para além de meros apoiantes às suas necessidades financeiras (a realização deste seminário era disso um bom exemplo).

David Zamith, chairman da Ruy de Lacerda, SA e diretor da Associação de Empresas Familiares, salientou que as Empresas Familiares são um pilar na construção do futuro em Portugal e a espinha dorsal da Economia Europeia, especialistas na sobrevivência a longo prazo, fortes na confiança e no otimismo e que possuem uma enorme capacidade de inovar e de se internacionalizar (comprovada em Portugal com um crescimento nas exportações de 24% para 44% em 10 anos), ancoradas numa preocupação com a sua sustentabilidade financeira e pela aposta na conciliação Trabalho e Família.

António Costa, ceo da efconsulting, desenvolveu o tema da continuidade das Empresas Familiares em distintas e interligadas perspetivas:

a perceção de que a empresa é um agrupamento de grandes poderes (sócios, gestores e família empresária);
a necessidade de regulação e coexistência desses mesmos poderes;
o enorme contributo do protocolo familiar para assegurar a coexistência geracional, profissionalizar a empresa e assegurar a união familiar.

Bernardino Meireles, presidente do conselho de administração da Meireles, SA - empresa com 88 anos de atividade que surgiu com o fabrico do primeiro fogão elétrico português -, apresentou o seu testemunho e vivência pessoal relativamente a elementos como:

o modelo de gestão e sua evolução ao longo dos anos, nomeadamente com a integração dos membros das novas gerações,
o desenvolvimento e importância do protocolo familiar,
a estruturação e atuação da família e dos acionistas familiares, etc.

A preocupação com a continuidade desta sociedade familiar surge bem refletida no lema “Meireles, uma família, um sonho, uma empresa”.

Seguiu-se uma animada e construtiva interação dos participantes, com perguntas e comentários, que refletiram a importância das empresas familiares e da sua continuidade, bem como da atenção que as entidades europeias e nacionais devem dedicar a estas sociedades que dinamizam a economia do espaço europeu..

O BBVA acaba de passar por um processo de sucessão do seu Presidente.

Em novembro de 2018 o Conselho de Administração do BBVA, banco cujas origens remontam a 1857, aprovou por unanimidade o plano de sucessão do seu presidente, designando Carlos Torres Vila como sucessor de Francisco González. Esta sucessão assegura a continuidade do processo de transformação que colocou o banco na vanguarda da indústria financeira global.

Na sua primeira apresentação de contas aos acionistas, salientou que o banco deseja “definir o novo modo de fazer banca de que a sociedade procura e que necessita…, trabalha para contribuir para uma sociedade mais inclusiva e sustentável, … e para ajudar os seus clientes a alcançar os seus objetivos na vida e nos negócios”.

Temas para reflexão:

Quando devemos começar a pensar no tema da sucessão?
Quem deve despoletar a abordagem da sucessão?
A sucessão é um assunto da responsabilidade dos sócios, da gestão ou da família?

António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
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Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
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