Ser empresa familiar ajudou a enfrentar a crise

Reflexões sobre Empresas Familiares

Costuma-se dizer que o “sol quando brilha é para todos”, o que é uma realidade da oferta gratuita deste recurso natural, significando também que o que cada um faz com esta dádiva é de sua única e inteira responsabilidade. Assim, temos pessoas que perante um dia de sol radioso aproveitam para estender a roupa na corda a secar; outras, retiram a roupa da corda pois consideram que é prejudicial para as suas cores e esperam por um dia mais ventoso e menos solheiro.

A nível empresarial, esta imagem pode ser ilustrativa da atuação de muitas organizações perante a enorme crise dos últimos anos. Uma vez instalada não serve de muito discutir-se o que seria se não tivesse ocorrido, mas sim qual vai ser a nossa atitude: lamentar e fechar, tentar hibernar ou identificar alternativas que permitam tirar proveito desta nova envolvente e sair até ainda mais robusto.
Dos participantes no painel da Egon Zenhder, mais de 57% consideraram que os negócios familiares possuem caraterísticas que lhes permitiram enfrentar e ultrapassar esta última envolvente adversa.

Em 2007, a Sugalidal, empresa fundada em 1957 por Luís Ortigão Costa, compra a IDAL, detida pela gigante multinacional Heinz, transformando-se na maior produtora nacional de concentrado de tomate, com uma visão suportada numa conjugação de estratégias de especialização, dimensão e internacionalização - mais de 90% do tomate transformado é para exportação.
Reconhecendo que os tempos eram difíceis, acrescidos à data de inexistência de grandes apoio à internacionalização (algo que nos dia de hoje é bem distinto, em especial pela dinâmica da Portugal Foods) a empresa aposta nas caraterísticas que considera serem diferenciadoras: competência, flexibilidade e versatilidade da equipa e do lay-out industrial. Estas vantagens permitem-lhe assumir-se como uma empresa inovadora e na origem de produção de produtos start-up para os seus clientes e para a sua marca própria Guloso.

Temas para reflexão:
• Quais os fatores que mais contribuíram para ultrapassarmos a última grande crise?
• São caraterísticas que podem ajudar a enfrentar novos desafios?
• Aprendemos com a adversidade e saímos mais preparados, fortes e coesos?

António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
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