Órgãos de gestão em igualdade de género podem ser mais eficazes;

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES
Órgãos de gestão em igualdade de género podem ser mais eficazes
A principal função de um órgão de gestão de uma sociedade é tomar decisões assertivas; ie, que favoreçam os objetivos da mesma e dos seus stakeholders.

Teoricamente decidir é muito fácil: basta selecionar aquela que consideramos ser a melhor opção. Mas no suporte de uma decisão existem muitas variáveis influenciadoras:
  • Identificar os principais dados associados ao tema (de forma direta e indireta);
  • Ter consciência que parte dessa informação não é exata;
  • Construir potenciais cenários de opção;
  • Perspetivar os seus impactos e evolução futura;
  • Levar os decisores a analisar e debater os distintos cenários;
  • Resolver conflitos de opinião;
  • Encontrar um consenso dos decisores;
  • Eleger a solução que todos vão assumir como a ideal para a entidade.
Neste contexto, torna-se crucial que as pessoas chamadas a intervir nestas ações, para além de excelentes domínios técnicos dos assuntos correlacionados, também possuam uma variedade de género pois as suas singularidades em muito podem enriquecer a construção das alternativas e a visão do futuro.

A Prosegur é a maior empresa espanhola de segurança, estando presente nos 5 continentes, onde emprega mais de 160.000 pessoas, fatura cerca de 4 mil milhões de euros e possui uma capitalização bolsista superior a 3 mil milhões de euros. A companhia foi fundada em 1976, em Espanha, pelo argentino Herbert Gut. Em 1997, Herbert morre num trágico acidente de viação, pelo que a sua esposa Helena Revoredo assume a sua posição na empresa.
Trata-se de uma pessoa muito discreta e de quem muito pouco se conhece. Possui 4 filhos, sendo que o mais velho, Christian, é o atual CEO da companhia.
Esta mulher empresária possui várias caraterísticas:
  • Maior acionista da Prosegur (mais de 50%);
  • É uma das poucas que preside a uma empresa cotada em Espanha;
  • Foi a 1ª a entrar no conselho de administração do Banco Popular;
  • Assume cargos de administração em empresas como a Endea e Mediaset;
  • Lidera a Fundación Prosegur;
  • É uma das mulheres mais ricas de Espanha.
Questionada sobre e quando achava que as mulheres alcançariam a igualdade em órgãos de governo das empresas, referiu não acreditar muito em quotas.
Acredita sim que as mulheres a nível de conhecimentos estão ao mesmo nível dos homens, pelo que, há medida que estas forem assumindo cada vez mais funções de relevância nas sociedades, a paridade de género será alcançada.
Salientou duas caraterísticas mulheres que as diferenciam dos homens: distinta forma de escutar e a atenção a outros detalhes que favorecem as relações pessoais, o que as capacitam na resolução de conflitos de uma forma muito mais diplomática.

 

Temas para reflexão:
  • Qual a composição dos nossos órgãos de gestão?
  • E das principais equipas de trabalho na empresa?
  • A visão dos distintos géneros tem sido potenciada?
Especialista em Empresas Familiares
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