A empresa familiar deve profissionalizar a sua gestão
Pela simples leitura do título, podemos ser erradamente tentados a admitir que os líderes duma empresa familiar não são bons gestores. Obviamente que não é esse o seu intuito.
O que se deve dizer de um empreendedor que, muitas vezes, não sabendo o que é uma empresa, as suas implicações diárias e, em especial, a multiplicidade de decisões que vai ter de tomar (por vezes de assuntos dos quais não tem conhecimentos adequados nem tempo para os obter), consegue levantar um negócio e competir no aguerrido mercado livre?
O que se pretende salientar é que existem diversas condicionantes, de que são exemplo alterações do meio envolvente, crescimento do negócio, estratégias de internacionalização, a especificidade de determinadas funções, etc., que devem levar os proprietários a refletirem sobre qual será o melhor modelo de liderança e quais os perfis dos gerentes ou dos gestores mais ajustados para alcançarem o pretendido para a empresa.
Esta questão coloca-se de uma forma mais premente nas transições geracionais. Nesta fase teremos de perceber se os nossos descendentes querem e estão aptos a assumirem funções de liderança. Se o ideal passar por um modelo de direção unipessoal: Qual deles assumirá? E os outros? Se a alternativa considerar uma liderança em equipa: Quem fará parte dela? Quem a liderará? Como funcionará?
Em qualquer das opções referidas, poderemos também considerar a hipótese de incluir membros externos à família ou, no seu limite, até nem incluir pessoas de lanços de sangue.
Qualquer dos cenários ou combinação dos mesmos é possível, mas o que realmente devemos exigir é que sejam os profissionais mais adequados para tornar possível alcançar os objetivos que definimos para a nossa empresa.
Temas para reflexão:
• Qual o perfil ideal dos futuros líderes da nossa empresa?
• Os nossos filhos estão a ser preparados com esta perspetiva?
• O que podemos fazer para assegurar uma liderança profissional?
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.es
pt.linkedin.com/in/antonionogueiradacosta/
https://www.facebook.com/ajncosta
Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto www.efconsulting.pt
Esta questão coloca-se de uma forma mais premente nas transições geracionais. Nesta fase teremos de perceber se os nossos descendentes querem e estão aptos a assumirem funções de liderança. Se o ideal passar por um modelo de direção unipessoal: Qual deles assumirá? E os outros? Se a alternativa considerar uma liderança em equipa: Quem fará parte dela? Quem a liderará? Como funcionará?
Em qualquer das opções referidas, poderemos também considerar a hipótese de incluir membros externos à família ou, no seu limite, até nem incluir pessoas de lanços de sangue.
Qualquer dos cenários ou combinação dos mesmos é possível, mas o que realmente devemos exigir é que sejam os profissionais mais adequados para tornar possível alcançar os objetivos que definimos para a nossa empresa.
Criada em 1884, a Faianças Artísticas Bordallo Pinheiro possui uma linha de produtos de faiança artística que sobressai em qualquer local: saladeiras, serviços temáticos de peixe ou laranjas, paliteiros, sapos, rãs e o inconfundível Zé Povinho. Em 130 anos de história, esta empresa das Caldas da Rainha teve morte anunciada várias vezes, mesmo durante a vida da sua principal figura e o criador do Zé Povinho – Rafael Bordallo Pinheir. Depois da morte de Rafael Bordallo Pinheiro, a empresa acabou por ser comprada por um grupo de caldenses, que a tentou salvar. Nos cem anos seguintes o capital social foi-se diluindo entre várias famílias, sendo que à data de 2009 existia um sócio maioritário – Jorge Serrano –, com pouco mais de um terço do capital e administrador da empresa. Neste ano, esta entidade centenária esteve seriamente ameaçada, contudo, o empenho dos trabalhadores e do meio político (em especial o ministro da Economia Manuel Pinho) permitiu salvar a Bordallo. O grupo Visabeira comprou a empresa e definiu um novo rumo: de uma faturação de 100 mil euros em 2009 e de menos de meio milhão em anos anteriores, este valor passou para mais de 2,7 milhões em 2012. |
• Qual o perfil ideal dos futuros líderes da nossa empresa?
• Os nossos filhos estão a ser preparados com esta perspetiva?
• O que podemos fazer para assegurar uma liderança profissional?
António Nogueira da Costa
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