As empresas familiares da área do Alto Minho
O Alto Minho agrega uma grande parte das terras delimitadas pelos rios Lima e Minho, fazendo fronteira com a vizinha Galiza. A montanhosa geografia do terreno – que dispõe de muito granito, manchas verdes de difícil acesso e parcelas cultiváveis de reduzida dimensão –, muito contribui para a tipificação dos negócios que se desenvolvem na sua área: produtos frescos e vinhos, produção e tratamento de pedra, turismo e comércio com a vizinha Espanha.
O estudo “Empresas familiares da Região Norte: Mapeamento, Retratos e Testemunhos”, de 2018, desenvolvido pela UMinho, analisou a distribuição das Empresas Familiares pelos Municípios da Alto Minho (que representa cerca de 6% dessas entidades, bem como de trabalhadores, na totalidade do estudo) tendo-se encontrado a seguinte caraterização:
No século XVII, o Senhor da Casa da Senra, Tristão de Azevedo de Araújo “Leonês”, produzia este vinho nas suas terras que, via porto de Viana do Castelo, era exportado para os países do Norte da Europa.
- Viana do Castelo agrega mais de um terço do número de negócios (cerca de 35%);
- Os 4 concelhos com menor representatividade (Melgaço, Paredes de Coura, Vila N. de Cerveira e Ponte da Barca) possuem menos empresas que o 2º (Ponte de Lima com 20%);
- Os 4 restantes concelhos (Arcos de Valdevez, Monção, Caminha e Valença) possuem um número idêntico de sociedades (8%).
Esta diversidade distributiva, associada às caraterísticas geográficas referidas, não facilitaram o surgimento de empresas de grandes dimensões; contudo, as excelentes acessibilidades e a capacidade de iniciativa dos empresários familiares, levaram a que muitos dos negócios se tenham reinventado, tornado competitivos e internacionalizado.
No século XVII, o Senhor da Casa da Senra, Tristão de Azevedo de Araújo “Leonês”, produzia este vinho nas suas terras que, via porto de Viana do Castelo, era exportado para os países do Norte da Europa.
Uma parte dessas terras é a atual Quinta dos Abrigueiros.
É nesta quinta, situada no vale do rio Lima, entre as vilas Ponte de Lima e Arcos de Valdevez, que a 10ª geração, liderada por Paulo Castro Damásio, produz o vinho Casa da Senra.
A vinha ocupa cerca de 12 hectares, estando distribuída em socalcos numa meia encosta e suportando-se na principal casta autóctone da sub-região – Loureiro.
A produção tem vindo a aumentar ao longo dos anos, recorrendo a adega própria, onde se procura realçar a frescura e aroma das massas vínicas e obter um vinho de aroma frutado e de sabor fresco típico da casta.
A casa em granito remonta ao século XVIII, com as suas salas e quartos em tetos de maceira, pintados nos tons de verde e amarelo dourado das folhas e uvas Loureiro, e está dedicada a enoturismo.
Temas para reflexão:
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António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
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Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
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