Avaliam-se vários candidatos para CEO;

Avaliam-se vários candidatos para CEO
A condução efetiva duma organização é normalmente conduzida pelo seu CEO. Sendo um cargo de responsabilidade máxima, muitas vezes exercido de forma solitária e sem equipa de pares, tem enorme influência o desempenho da pessoa e, com especial relevância, a preparação e passagem de testemunho.
Neste contexto, os principais responsáveis pela empresa – os sócios ou a equipa gestora – devem ter um plano de preparação de potenciais candidatos a assumirem esta função.
O estudo da Russel Reynolds questionou aos seus participantes sobre qual o número de candidatos que as suas empresas avaliavam para assumirem o cargo de CEO. Quando se analisaram as respostas por país, os resultados foram bem diversos, em especial quando se comparam os dois extremos relativamente ao número de candidatos:
  • na Alemanha 61% avaliam 3 ou + e, no mínimo, consideram 2;
  • em Espanha existe uma distribuição relativamente equilibrada, assumindo cerca de 20% que não apreciam nenhum ou 3 ou + , e 1 ou 2 candidatos são considerados por cerca de 30% das empresas.
Independentemente do número considerado, o mais importante é que a empresa prepare pessoas e evite ser confrontada com situações de necessária substituição sem ter candidatos minimamente habilitados.

 
Aquando do processo de passagem de testemunho, Belmiro de Azevedo avaliou 4 candidatos ao cargo de CEO (ver artigo “A Administração possui membros com experiência na planificação da Sucessão” de 13/01/2017), sendo todos quadros do grupo e, um deles, o filho Paulo.
Neste processo não considerou os outros dois filhos, Nuno – que trabalhou no grupo cerca de 20 anos, antes de sair e ir para a Casa da Música – e Cláudia – atual CEO da Sonae Capital.
Relativamente aos filhos, Belmiro considera que a Cláudia é mais parecida com ele em termos comportamentais e emocionais, Nuno fisicamente e o Paulo intelectualmente.
Relativamente à liderança na Sonae, ao falar do Paulo, o seu sucessor, disse: “Muito cedo abri-lhe carreiras crescentemente difíceis. Mas nunca fui chefe dele. Usava outras pessoas para o ensinarem. Comigo, aprendeu o rigor, a vontade de aprender novas coisas, que não podermos ficar para trás. Na Sonae só devem estar líderes ou candidatos a líderes. É preciso poder ser líder e querer ser líder.
O poder significa formação, trabalho.
O querer significa coragem para fazer coisas difíceis e tomar opções.
Não se pode ser líder de uma empresa e ir todos os dias para a borga, para o futebol. Às vezes, a família fica a perder.”
(entrevista ao jornal Público, 10/03/2013)
Neste contexto obtém-se uma melhor compreensão do processo de sucessão (descrito no artigo acima referido) e das perguntas que então foram colocadas aos quatro candidatos.
Enquanto sucedido, Belmiro afirmou que iria continuar a desempenhar as funções soberanas, associado a mais quatro ou cinco pessoas, a quem caberá, entre outras coisas, nomear os gestores de topo do grupo.

Temas para reflexão:
  • A empresa prepara potenciais candidatos internos para CEO?
  • Aquando do processo de sucessão, considera também pessoas externas?
  • Não ter candidatos a CEO não é incrementar o risco de continuidade da sociedade?
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
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Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   http://www.efconsulting.pt
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