“Pax romana” e paz europeia
A iminência de um conflito militar aberto entre a Rússia e Ucrânia, com o possível envolvimento dos países ocidentais, veio alertar o mundo para as consequências dramáticas do fim da paz na Europa.
Além da insegurança, da perda de vidas humanas e da destruição, há efeitos económicos imediatos com as sanções aplicadas, a suspensão das trocas comerciais e a redução dos investimentos relativos a capitais com origem na Rússia.
Desde 1945 e o fim da Segunda Guerra Mundial a Europa tem atravessado um período de paz. Com exceção de alguns conflitos localizados que resultaram da independência de novos Estados após o colapso da União Soviética, nos últimos 77 anos não houve guerra na Europa.
As gerações de europeus que nasceram e viveram neste período nunca conheceram outra situação que não fosse a paz. E por isso esquecem que a Europa tem uma triste tradição de guerras sangrentas e quase constantes.
Os últimos 77 anos sem guerra são o mais longo período de paz na Europa deste o tempo do Imperador Plínio que dirigiu o Império Romano no século II. Após o fim do seu reinado e ao longo de mais de 1900 anos os conflitos bélicos têm sido uma constante na Europa.
Para aqueles que nasceram depois do fim da Segunda Guerra Mundial a paz é um dado praticamente adquirido.
E é com alguma surpresa que nos damos conta da fragilidade da situação de paz perante a ameaça e os propósitos da Rússia.
Existem grandes diferenças entre as bases da “pax romana” e a paz europeia que conhecemos desde 1945.
No tempo do Imperador Plínio havia uma civilização romana liderante em termos de conhecimento e inovação e a paz era garantida por um enorme dispositivo militar que protegia as fronteiras ao longo de uma extensão de 9000 quilómetros.
Nos dias de hoje existe uma união de Estados europeus criada após o fim da Segunda Guerra com o principal objetivo de manter a paz na Europa, através do crescimento económico e da redução de assimetrias entre os países.
Até agora a União Europeia tem conseguido cumprir a sua missão, garantindo a paz e promovendo o desenvolvimento. Com a ameaça da Rússia à Ucrânia, a União Europeia é confrontada com o maior risco desde que foi criada.
As exportações para o mercado russo e os fornecimentos de gás à Europa revelam a dependência e as contradições entre a economia e os fins militares.
Até ao início da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra exportava para a Alemanha um elevado volume de motores de avião. Na vésperas da invasão da União Soviética, quando o exército alemão já estava concentrado junto à fronteira, havia comboios a entrar diariamente na Alemanha carregados com cereais exportados pela União Soviética.
O atual risco de guerra é suficiente para agravar a situação económica e provocar uma enorme instabilidade e aumento dos preços da energia e das principais matérias- primas.
Vamos viver um período de enorme incerteza. A “pax romana”, não sobreviveu ao Imperador Plínio e o enorme dispositivo militar não foi suficiente para garantir de forma duradoura a defesa do território e a inexistência de conflitos armados. Mas devemos manter a esperança na paz europeia e esperar que as instituições e os europeus consigam ultrapassar a crise atual, sem voltar aos sucessivos conflitos armados entre os países europeus.
Desde 1945 e o fim da Segunda Guerra Mundial a Europa tem atravessado um período de paz. Com exceção de alguns conflitos localizados que resultaram da independência de novos Estados após o colapso da União Soviética, nos últimos 77 anos não houve guerra na Europa.
As gerações de europeus que nasceram e viveram neste período nunca conheceram outra situação que não fosse a paz. E por isso esquecem que a Europa tem uma triste tradição de guerras sangrentas e quase constantes.
Os últimos 77 anos sem guerra são o mais longo período de paz na Europa deste o tempo do Imperador Plínio que dirigiu o Império Romano no século II. Após o fim do seu reinado e ao longo de mais de 1900 anos os conflitos bélicos têm sido uma constante na Europa.
Para aqueles que nasceram depois do fim da Segunda Guerra Mundial a paz é um dado praticamente adquirido.
E é com alguma surpresa que nos damos conta da fragilidade da situação de paz perante a ameaça e os propósitos da Rússia.
Existem grandes diferenças entre as bases da “pax romana” e a paz europeia que conhecemos desde 1945.
No tempo do Imperador Plínio havia uma civilização romana liderante em termos de conhecimento e inovação e a paz era garantida por um enorme dispositivo militar que protegia as fronteiras ao longo de uma extensão de 9000 quilómetros.
Nos dias de hoje existe uma união de Estados europeus criada após o fim da Segunda Guerra com o principal objetivo de manter a paz na Europa, através do crescimento económico e da redução de assimetrias entre os países.
Até agora a União Europeia tem conseguido cumprir a sua missão, garantindo a paz e promovendo o desenvolvimento. Com a ameaça da Rússia à Ucrânia, a União Europeia é confrontada com o maior risco desde que foi criada.
As exportações para o mercado russo e os fornecimentos de gás à Europa revelam a dependência e as contradições entre a economia e os fins militares.
Até ao início da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra exportava para a Alemanha um elevado volume de motores de avião. Na vésperas da invasão da União Soviética, quando o exército alemão já estava concentrado junto à fronteira, havia comboios a entrar diariamente na Alemanha carregados com cereais exportados pela União Soviética.
O atual risco de guerra é suficiente para agravar a situação económica e provocar uma enorme instabilidade e aumento dos preços da energia e das principais matérias- primas.
Vamos viver um período de enorme incerteza. A “pax romana”, não sobreviveu ao Imperador Plínio e o enorme dispositivo militar não foi suficiente para garantir de forma duradoura a defesa do território e a inexistência de conflitos armados. Mas devemos manter a esperança na paz europeia e esperar que as instituições e os europeus consigam ultrapassar a crise atual, sem voltar aos sucessivos conflitos armados entre os países europeus.
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