Marcelo Caetano, Vasco Gonçalves e Cavaco Silva
Aparentemente, Marcelo Caetano, Vasco Gonçalves e Cavaco Silva nada têm em comum.
Marcelo Caetano sucedeu a Salazar como Primeiro- -Ministro, tendo sido deposto no golpe militar de 25 de abril. Vasco Gonçalves dirigiu o V Governo Provisório em 1975, tendo sido simpatizante e muito próximo do Partido Comunista. Cavaco Silva foi Primeiro-Ministro durante 10 anos, em democracia, tendo obtido as maiores vitórias de sempre em eleições legislativas.
Os três políticos conduziram os destinos do país em períodos e situações diversas e só Cavaco Silva chegou ao poder através de eleições livres.
Mas, apesar das enormes diferenças, nem tudo divergiu entre eles na aplicação de medidas concretas.
Em 1973 Marcelo Caetano instituiu o pagamento do 14.º mês na Administração Pública, assegurando um mês adicional de salário a todos os funcionários públicos. Em 1975, Vasco Gonçalves tornou obrigatório o pagamento do 14.º mês aos empregados do setor privado.
Em 1991, Cavaco Silva estabeleceu o 14.º mês para todos os pensionistas da Função Pública e do setor privado.
O que têm em comum estas três medidas que até hoje continuam a vigorar? Todas elas convergem ao garantir um rendimento adicional à generalidade dos portugueses, contrariando as práticas seguidas nos outros países europeus. Com exceção de Espanha e Grécia, não existem outros países na União Europeia onde tenha sido instituído o pagamento do 14.º mês, nem sequer do 13.º mês, seja na Função Pública seja no setor privado. Em quase todo o espaço europeu, os empregados e funcionários só podem ter a expectativa de receber 12 salários por ano, exceto em caso de prémio extra atribuído por algumas empresas.
E a regra dos 12 salários também se aplica nos países da União Europeia que têm níveis de remuneração inferiores aos que são praticados em Portugal.
Além de convergirem no princípio ao dar um tratamento mais favorável a todos os empregados e pensionistas, as medidas dos três políticos não terão sido inspiradas apenas pela generosidade. Houve certamente em Marcelo Caetano, Vasco Gonçalves e Cavaco Silva uma motivação de popularidade e a convicção de que ao conceder à generalidade dos portugueses um novo benefício estes ficariam agradecidos para sempre e expectantes quanto a possíveis benefícios futuros.
De facto, cada um deles garantiu um benefício generalizado que até aí não existia e todos terão acreditado que isso seria um trunfo político, garantindo um acréscimo de legitimidade para o poder que exerciam.
É provável que este exemplo de convergência de medidas entre políticos diferentes que observamos no passado continue a existir no presente e no futuro.
Nas eleições do próximo domingo será eleito um novo Parlamento com uma composição que tanto pode ser semelhante à atual como pode ser mais à esquerda ou mais à direita. No entanto, e mesmo que a relação de forças se altere e haja mudanças de estilo e no discurso, é provável que continue a haver convergência nas medidas concretas sem mudanças significativas face ao caminho que tem sido seguido nos últimos anos.
Os três políticos conduziram os destinos do país em períodos e situações diversas e só Cavaco Silva chegou ao poder através de eleições livres.
Mas, apesar das enormes diferenças, nem tudo divergiu entre eles na aplicação de medidas concretas.
Em 1973 Marcelo Caetano instituiu o pagamento do 14.º mês na Administração Pública, assegurando um mês adicional de salário a todos os funcionários públicos. Em 1975, Vasco Gonçalves tornou obrigatório o pagamento do 14.º mês aos empregados do setor privado.
Em 1991, Cavaco Silva estabeleceu o 14.º mês para todos os pensionistas da Função Pública e do setor privado.
O que têm em comum estas três medidas que até hoje continuam a vigorar? Todas elas convergem ao garantir um rendimento adicional à generalidade dos portugueses, contrariando as práticas seguidas nos outros países europeus. Com exceção de Espanha e Grécia, não existem outros países na União Europeia onde tenha sido instituído o pagamento do 14.º mês, nem sequer do 13.º mês, seja na Função Pública seja no setor privado. Em quase todo o espaço europeu, os empregados e funcionários só podem ter a expectativa de receber 12 salários por ano, exceto em caso de prémio extra atribuído por algumas empresas.
E a regra dos 12 salários também se aplica nos países da União Europeia que têm níveis de remuneração inferiores aos que são praticados em Portugal.
Além de convergirem no princípio ao dar um tratamento mais favorável a todos os empregados e pensionistas, as medidas dos três políticos não terão sido inspiradas apenas pela generosidade. Houve certamente em Marcelo Caetano, Vasco Gonçalves e Cavaco Silva uma motivação de popularidade e a convicção de que ao conceder à generalidade dos portugueses um novo benefício estes ficariam agradecidos para sempre e expectantes quanto a possíveis benefícios futuros.
De facto, cada um deles garantiu um benefício generalizado que até aí não existia e todos terão acreditado que isso seria um trunfo político, garantindo um acréscimo de legitimidade para o poder que exerciam.
É provável que este exemplo de convergência de medidas entre políticos diferentes que observamos no passado continue a existir no presente e no futuro.
Nas eleições do próximo domingo será eleito um novo Parlamento com uma composição que tanto pode ser semelhante à atual como pode ser mais à esquerda ou mais à direita. No entanto, e mesmo que a relação de forças se altere e haja mudanças de estilo e no discurso, é provável que continue a haver convergência nas medidas concretas sem mudanças significativas face ao caminho que tem sido seguido nos últimos anos.
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