Uma das formas de compensação destes quadros superiores, para além de uma remuneração adequada à do mercado e setor, pode passar pela entrada no capital da empresa para a qual estão motivados a desenvolver e com a qual se sentem uma forte ligação. Implementar-se esta filosofia compensatória implica desenvolver também uma cultura diferente de partilha de informação e criar mecanismos que permitam a criação de liquidez destas posições acionistas. Dada a política subjacente a esta abertura de capital, certamente que, em caso de abandono da empresa, seja natural que se pretenda que essa parte do capital regresse à empresa, família ou, muitas das vezes, a outros quadros que continuam na empresa.
A Ruy de Lacerda & Ca, SA é uma empresa orientada à distribuição de equipamentos, matérias primas e serviços pós-venda destinados a setores como a indústria dos plásticos ou gráfica, corte industrial e reciclagem.
A sua génese, em 1950, deveu-se à visão de Ruy de Lacerda, estando baseada em atividades exclusivas com um elevado índice de qualidade e de princípios técnicos orientados e sustentados por uma equipa bem treinada e direcionada para o cliente.
Liderando a empresa durante muitos anos e tendo presente o espírito de assegurar a sua continuidade, convidou para trabalhar consigo o genro David Zamith. Suportando-se na mesma visão de base, a sua dinâmica deu um enorme impulso ao negócio, permitindo o alargamento da atividade a outros setores e produtos mantendo e o crescimento da empresa que, em 2012, passa a Sociedade Anónima.
Uma particularidade desta empresa familiar, cujo capital é controlado pela família Lacerda Zamith, é estar habituada a ter o capital aberto a sócios não familiares. Não sendo nada habitual neste tipo de sociedades, a filosofia subjacente tem sido a de permitir que os seus principais quadros possuam uma parte do capital que, aquando de uma saída futura da sociedade, deve ser alienado à família, empresa ou a outros quadros diretivos da mesma.
Temas para reflexão:
• Os quadros superiores da nossa empresa gostariam de ser seus acionistas?
• Estamos preparados para assegurar esta coexistência de empregados e acionistas?
• O que necessitamos e implementar uma tal filosofia de abertura de capital?
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