Empreendedorismo feminino pode alavancar economia do país
“O apoio ao empreendedorismo feminino pode ser a melhor forma para empoderar financeiramente a mulher para investir especialmente na cadeia de valor da agricultura e resultar no aumento do PIB do país” – afirma em entrevista à “Vida Económica”, Mody Maleiane, CEO da consultora PKF.
Segundo esta empreendedora de negócios, “o setor financeiro não está estruturado para promover o empreendedorismo feminino”.
Segundo esta empreendedora de negócios, “o setor financeiro não está estruturado para promover o empreendedorismo feminino”.
Vida Económica - Qual é a sua opinião sobre o empreendedorismo feminino e a sua importância para o crescimento de Moçambique?
Mody Maleiane - Baseada na minha experiência posso afirmar que a mulher desenvolve muito cedo o espírito empreendedor, sem disso se dar conta. O que falta em muitas mulheres é a formação em matéria de finanças e negócios para reunir as condições de elegibilidade para acesso aos poucos fundos e produtos financeiros disponíveis no mercado.
Esta realidade levou-me a criar em 2017 a ICEF - Ideias e Conteúdo de Empreendedorismo Feminino, que de diversas maneiras tem ajudado as mulheres. Por exemplo, em 2022 organizamos um concurso de empreendedorismo com a colaboração de algumas instituições de crédito da praça em que participaram seis grupos de cinco potencias empreendedoras cada (descrever o processo de seleção e financiamento). O resultado deu pistas a algumas instituições de crédito para criarem fundos para financiar as start-ups.
Por isso, estou certa que o apoio ao empreendedorismo feminino pode ser a melhor forma para empoderar financeiramente a mulher para investir especialmente na cadeia de valor da agricultura e resultar no aumento do PIB do país.
VE - Em que setores de atividade existem mais oportunidades para o empreendedorismo feminino?
MM - Existem várias áreas com potencialidade na vertente de empreendedorismo feminino, mas podemos destacar as seguintes: agricultura no sentido mais elevado da cadeia de valor (produção, processamento, distribuição e consumo incluindo embalagem); serviços - plataforma digital (e-commerce); setor comercial (importação e comercialização de bens de primeira necessidade); prestação de serviços em diversas áreas (explorando os múltiplos talentos que a mulher tem); “catering”; “decor” de eventos, bem como, de interiores (a mulher tem um dom especial no que tange a gostos e combinações); setor bancário (já existem provas mais do que suficientes de que a mulher é, sem dúvida, uma boa gestora) e como exemplo, podemos olhar para os cargos ocupados por mulheres nesta área.
Participação em feiras é mais eficaz para promoção de projetos
VE - De que forma é possível promover os novos projetos empresariais?
MM - Para além do uso das Plataformas digitais, o network empresarial, através de conferências, feiras, intercâmbio e conexões com câmaras de comércio, esses podem ser meios mais eficazes para a promoção de novos projetos empresariais.
As plataformas digitais (com enfoque para as redes sociais) têm sido uma excelente forma de divulgação e promoção de diversos bens e serviços. Contudo, ainda acho que a participação em feiras (onde os clientes tem contacto direto com os produtos) é ainda mais eficaz para promoção de qualquer produto final.
VE - Através do empreendedorismo é possível combater a pobreza e aumentar a coesão social?
MM - Sim, e sem dúvida. A pobreza de consumo só pode ser combatida quando cada um de nós usar o seu conhecimento adquirido na prática quotidiana ou na formação profissional, para produzir bens ou serviços com procura no mercado, e que sejam geradores de renda, ou seja, só com trabalho gerador de emprego podemos combater a pobreza e garantir a coesão social.
Financiamento é o maior obstáculo
VE - O financiamento do empreendedorismo é um dos maiores obstáculos a ultrapassar?
MM - Sem dúvida que é o maior obstáculo. O setor financeiro não está estruturado para promover o empreendedorismo feminino. Como fiz menção anteriormente, há muito trabalho para o aprofundamento do mercado de capitais no país. Mais, a mulher já está mentalmente preparada para assumir riscos de negócios, mas parece que as instituições financeiras são avessas ao risco. É por isso que não se mostram disponíveis para mobilizar depósitos a prazos superiores a um ano que serviriam para financiar empreendimentos com período de recuperação superior a um ano e desta forma haver uma adequação de recursos na concessão de crédito ao investimento.
VE - Para haver projetos bem sucedidos é fundamental apostar na formação das empreendedoras?
MM - Sim. O investimento na formação é sem dúvida um dos pontos fortes que as mulheres empreendedoras podem ter no seu percurso empresarial. Hoje em dia, os negócios e a dinâmica da procura, aliado a concorrência, são muito dinâmicos e progressivos. Até mesmo, com projetos e empreendedoras agressivas na sua criatividade e pelas formas como colocam os seus produtos e serviços no mercado, daí haver uma importância em se investir na formação e conhecimentos atualizados e que acompanham os desenvolvimentos atuais.
Mody Maleiane - Baseada na minha experiência posso afirmar que a mulher desenvolve muito cedo o espírito empreendedor, sem disso se dar conta. O que falta em muitas mulheres é a formação em matéria de finanças e negócios para reunir as condições de elegibilidade para acesso aos poucos fundos e produtos financeiros disponíveis no mercado.
Esta realidade levou-me a criar em 2017 a ICEF - Ideias e Conteúdo de Empreendedorismo Feminino, que de diversas maneiras tem ajudado as mulheres. Por exemplo, em 2022 organizamos um concurso de empreendedorismo com a colaboração de algumas instituições de crédito da praça em que participaram seis grupos de cinco potencias empreendedoras cada (descrever o processo de seleção e financiamento). O resultado deu pistas a algumas instituições de crédito para criarem fundos para financiar as start-ups.
Por isso, estou certa que o apoio ao empreendedorismo feminino pode ser a melhor forma para empoderar financeiramente a mulher para investir especialmente na cadeia de valor da agricultura e resultar no aumento do PIB do país.
VE - Em que setores de atividade existem mais oportunidades para o empreendedorismo feminino?
MM - Existem várias áreas com potencialidade na vertente de empreendedorismo feminino, mas podemos destacar as seguintes: agricultura no sentido mais elevado da cadeia de valor (produção, processamento, distribuição e consumo incluindo embalagem); serviços - plataforma digital (e-commerce); setor comercial (importação e comercialização de bens de primeira necessidade); prestação de serviços em diversas áreas (explorando os múltiplos talentos que a mulher tem); “catering”; “decor” de eventos, bem como, de interiores (a mulher tem um dom especial no que tange a gostos e combinações); setor bancário (já existem provas mais do que suficientes de que a mulher é, sem dúvida, uma boa gestora) e como exemplo, podemos olhar para os cargos ocupados por mulheres nesta área.
Participação em feiras é mais eficaz para promoção de projetos
VE - De que forma é possível promover os novos projetos empresariais?
MM - Para além do uso das Plataformas digitais, o network empresarial, através de conferências, feiras, intercâmbio e conexões com câmaras de comércio, esses podem ser meios mais eficazes para a promoção de novos projetos empresariais.
As plataformas digitais (com enfoque para as redes sociais) têm sido uma excelente forma de divulgação e promoção de diversos bens e serviços. Contudo, ainda acho que a participação em feiras (onde os clientes tem contacto direto com os produtos) é ainda mais eficaz para promoção de qualquer produto final.
VE - Através do empreendedorismo é possível combater a pobreza e aumentar a coesão social?
MM - Sim, e sem dúvida. A pobreza de consumo só pode ser combatida quando cada um de nós usar o seu conhecimento adquirido na prática quotidiana ou na formação profissional, para produzir bens ou serviços com procura no mercado, e que sejam geradores de renda, ou seja, só com trabalho gerador de emprego podemos combater a pobreza e garantir a coesão social.
Financiamento é o maior obstáculo
VE - O financiamento do empreendedorismo é um dos maiores obstáculos a ultrapassar?
MM - Sem dúvida que é o maior obstáculo. O setor financeiro não está estruturado para promover o empreendedorismo feminino. Como fiz menção anteriormente, há muito trabalho para o aprofundamento do mercado de capitais no país. Mais, a mulher já está mentalmente preparada para assumir riscos de negócios, mas parece que as instituições financeiras são avessas ao risco. É por isso que não se mostram disponíveis para mobilizar depósitos a prazos superiores a um ano que serviriam para financiar empreendimentos com período de recuperação superior a um ano e desta forma haver uma adequação de recursos na concessão de crédito ao investimento.
VE - Para haver projetos bem sucedidos é fundamental apostar na formação das empreendedoras?
MM - Sim. O investimento na formação é sem dúvida um dos pontos fortes que as mulheres empreendedoras podem ter no seu percurso empresarial. Hoje em dia, os negócios e a dinâmica da procura, aliado a concorrência, são muito dinâmicos e progressivos. Até mesmo, com projetos e empreendedoras agressivas na sua criatividade e pelas formas como colocam os seus produtos e serviços no mercado, daí haver uma importância em se investir na formação e conhecimentos atualizados e que acompanham os desenvolvimentos atuais.
Promotora da equidade de género Mody Maleiane é uma líder dinâmica empenhada em capacitar mulheres rurais em diversos segmentos de negócios através do seu trabalho de ativismo social, com base na sua experiência em Relações Públicas e Marketing, Implementação de Negócios e Gestão de Aplicações Bancárias. Destaca-se como uma grande empresária e principalmente na gestão e implementação de projetos, promovendo a inclusão financeira e oportunidades de empreendedorismo para as mulheres. Para além do seu papel profissional, Maleiane defende os direitos das mulheres como coordenadora de eventos e palestras motivacionais , inspirando mudanças e promovendo a equidade de género. |