Mota-Engil parou construção do Tawny Project da Round Hill/MEFIC no Porto por falta de pagamento
A Mota-Engil parou a construção do empreendimento Tawny Project, localizado no Amial, Paranhos, alegadamente devido à falta de pagamento da empreitada por parte do promotor, o consórcio de investidores constituído pelos britânicos da Round Hill e pelos árabes da MEFIC.
O conjunto de edifícios em construção, localizados à face da Rua do Amial, que se encontram em fase de estrutura, tem a construção parada desde finais de agosto ou inícios de setembro, situação que não passou despercebida aos moradores da zona.
No interior do quarteirão – com entrada pela Rua Nova do Tronco - a situação é semelhante. Salvo a construção dos arruamentos, que está em fase de execução, um segundo edifício – que se prevê fosse destinado a residências universitárias ou a serviços –, apresenta a construção parada ao nível dos primeiros pisos.
Confrontada com esta situação, a resposta da Mota-Engil é que “não comenta este tema”.
Já fonte oficial da Round Hill afirmou que “o desenvolvimento está progredindo bem e as obras de construção continuam nas infra-estruturas necessárias e no supermercado. O bloco de acomodações para estudantes, fase 1, atingiu a sua conclusão estrutural, a que se seguirão os outros trabalhos”.
A paragem da construção não passou despercebido aos moradores das ruas contíguas ao empreendimento imobiliário.
De acordo com um morador que reside num dos prédios da rua do Amial, a primeira fase de construção dos prédios que se prevê sejam as residências de estudantes – estava prevista a construção de mil acomodações (camas), numa primeira fase – desenvolveu-se muito rapidamente até junho/agosto, altura em que começou a diminuir a construção, até à paragem total. “As obras começavam às oito horas e terminavam noite dentro e a construção avançou muito rapidamente”, diz a nossa fonte.
No período seguinte assistiram à diminuição gradual e depois mesmo à “desmontagem de duas a três gruas” utilizadas na construção dos edifícios com a fachada para a rua do Amial, refere a mesma fonte, que não quis ser identificada.
Nas últimas semanas foi visível o início de movimentações num outro lote, também na Rua do Amial, contudo trata-se da construção de superfície comercial, um supermercado Continente, uma obra assegurada diretamente pelo grupo Sonae.
Promotor coloca lotes em venda
Nos últimos meses foi conhecida a intenção do promotor de vender alguns dos lotes desta urbanização a outros investidores, um dossier que está disponível em algumas das consultoras imobiliárias do Porto. Um dos lotes foi vendido à Sonae MC S.A., do grupo Sonae, que vai assegurar também a sua construção.
O lote A, comprado pelo grupo Sonae, tem uma área total de 9724 m2 e prevê a construção de um edifício com uma área total de 7524 m2, “sendo que a área bruta de construção destinada a comércio é de 3300 m2”, para “aparcamentos, arrumos e áreas técnicas de 3300 m2”, de acordo com a informação disponibilizada pela direção de comunicação da Câmara Municipal do Porto.
Acrescenta que a “área máxima de construção de varandas/terraços utilizáveis/espaços cobertos pelas edificações/sótãos sem pé-direto regulamentar é de 924 m2”.
O edifício, com dois pisos acima da cota soleira e um abaixo, “ainda não viu licenciada a sua construção”, destaca a informação da direção de comunicação enviada no início do mês de novembro.
Aprovadas residências, serviços e aparcamento
Neste momento, o empreendimento Tawny Project tem dois avisos de alvarás de licenciamento já aprovados pela Câmara Municipal do Porto e colocados na entrada da obra, pela rua Nova do Tronco.
Assim, verifica-se que o primeiro refere-se ao licenciamento à empresa Ritmos Cativantes, Lda. – datado de 16.05.19 – de uma área total de construção de 41.144,39 m2 (volumetria de construção de 101.062 m3; área de implantação de 4544 m2; altura do edifício de 34,18 m2). Este licenciamento autoriza a construção de “aparcamento e serviços”, e uma construção de “10 pisos acima da cota soleira e dois pisos abaixo da cota soleira”.
Ao que tudo indica – pelo número de pisos autorizado e data de aprovação do licenciamento – refere-se à construção junto da Rua do Ameal e visível nas fotos publicadas.
O segundo aviso diz respeito a uma área total de construção de 109.721 m2 (volumetria de 207.130 m3; área de implantação de 18,39 m; altura, sem dados), destinado a “Residências Universitárias”.
O alvará, emitido em 14.09.19, permite uma construção com “um número de pisos acima da cota soleira de 2 a 25 e abaixo de 1 a 3”. Tendo em conta tratar-se da construção de um edifício em altura e de ter sido licenciado apenas em setembro, estima-se que este seja o alvará relativo à segunda construção, localizado no interior do quarteirão, e que se encontra parada ao nível dos primeiros pisos.
Residências, comércio, escritórios e hotel previstos
Apresentado no início de 2018, os promotores estimavam o investimento de 100 milhões de euros no projeto Tawny Project.
De acordo com as informações divulgadas na altura, o empreendimento ocupa um terreno de mais de 78 mil metros quadrados (m2), que permitia uma área de construção de mais de 56 mil m2.
O Tawny Project “inclui a construção de 1200 acomodações para estudantes, 200 apartamentos residenciais, um hotel, zonas comerciais, espaços para escritórios, um mercado, um supermercado, estacionamentos e jardim” e estaria “operacional em 2020, exatamente 100 anos após a construção da fábrica de curtumes original” – a antiga fábrica de curtumes do Amial –, destacava em comunicado, em março de 2018, a Round Hill.
O Tawny Project “inclua a construção de 1.200 acomodações para estudantes, 200 apartamentos residenciais, um hotel, zonas comerciais, espaços para escritórios, um mercado, um supermercado, estacionamentos e jardim”.
O Tawny Project “inclua a construção de 1.200 acomodações para estudantes, 200 apartamentos residenciais, um hotel, zonas comerciais, espaços para escritórios, um mercado, um supermercado, estacionamentos e jardim”.