Um ano de expetativas
A entrada no novo ano deve ser encarada com expetativa, mas está rodeada por vários fatores de incerteza.
A principal incerteza coloca-se quanto ao fim da crise pandémica. Depois do sucesso que foi o plano de vacinação e do efeito esperado da imunidade de grupo que apontavam para o fim da pandemia, fomos confrontados com novas variantes e novos recordes no ritmo de contágio, invertendo a tendência e atrasando o regresso a uma situação próxima da normalidade.
A principal incerteza coloca-se quanto ao fim da crise pandémica. Depois do sucesso que foi o plano de vacinação e do efeito esperado da imunidade de grupo que apontavam para o fim da pandemia, fomos confrontados com novas variantes e novos recordes no ritmo de contágio, invertendo a tendência e atrasando o regresso a uma situação próxima da normalidade.
As expetativas para 2022 colocam-se de imediato no plano político, com as eleições de 30 de janeiro. Espera--se que as legislativas clarifiquem a situação política e permitam criar um governo estável, mas não é de excluir um cenário de indefinição e dificuldade em encontrar uma solução governativa duradoura adequada aos desafios difíceis dos tempos mais próximos.
O novo ano começa também com a expetativa de arranque simultâneo do PRR e do próximo quadro comunitário que em conjunto representam o volume mais elevado de recursos financeiros para apoio ao investimento público e privado.
No que toca ao PRR, parece cada vez mais claro que as empresas não podem alimentar grandes expetativas no acesso aos fundos. Conforme refere António Cunha, presidente da CCDR-Norte, o PRR “é um programa assumidamente centralizado e promotor do investimento público”.
Com o desenho que foi feito pelo Governo, e tirando algumas exceções de grandes projetos liderados pelas maiores grupos empresariais, o único benefício do PRR para as empresas privadas será indireto pelos efeitos positivos do aumento do investimento público.
Nessa perspetiva, o PRR pode ter semelhanças com o megainvestimento da Parque Escolar, quando o Governo da altura entendeu que a estratégia de investimento público para o país deveria assentar na requalificação das escolas públicas.
Inevitavelmente, a concentração de recursos nos decisores públicos e a ausência de critérios de mercado conduziram ao desperdício e ao favorecimento de algumas empresas na contratação.
Ao contrário de Portugal, outros países europeus fizeram uma maior aposta no investimento privado em termos de recuperação e resiliência. Provavelmente, irão obter melhores resultados.
Em relação aos recursos do Portugal 2030, as empresas também devem moderar as expetativas. À semelhança do que aconteceu no Portugal 2020, é provável que no Portugal 2030 a maior fatia de recursos seja encaminhada para o Estado, em como fonte de financiamento de despesa corrente, disfarçada em projetos estratégicos de longo prazo.
À semelhança do que aconteceu no Portugal 2020, também é provável que no Portugal 2030 a grande maioria das empresas portuguesas não receba qualquer tipo de apoios públicos.
Tal como tem vindo a acontecer nos últimos anos o contributo dos sistemas de incentivos para o financiamento dos investimentos tenderá a ser quase residual.
A expetativa mais sensata quanto à recuperação e resiliência deverá estar sobretudo no financiamento do sistema bancário e na capacidade de autofinanciamento das próprias empresas. E é provável que 2022 venha a ser um ano melhor para as empresas portuguesas.
O novo ano começa também com a expetativa de arranque simultâneo do PRR e do próximo quadro comunitário que em conjunto representam o volume mais elevado de recursos financeiros para apoio ao investimento público e privado.
No que toca ao PRR, parece cada vez mais claro que as empresas não podem alimentar grandes expetativas no acesso aos fundos. Conforme refere António Cunha, presidente da CCDR-Norte, o PRR “é um programa assumidamente centralizado e promotor do investimento público”.
Com o desenho que foi feito pelo Governo, e tirando algumas exceções de grandes projetos liderados pelas maiores grupos empresariais, o único benefício do PRR para as empresas privadas será indireto pelos efeitos positivos do aumento do investimento público.
Nessa perspetiva, o PRR pode ter semelhanças com o megainvestimento da Parque Escolar, quando o Governo da altura entendeu que a estratégia de investimento público para o país deveria assentar na requalificação das escolas públicas.
Inevitavelmente, a concentração de recursos nos decisores públicos e a ausência de critérios de mercado conduziram ao desperdício e ao favorecimento de algumas empresas na contratação.
Ao contrário de Portugal, outros países europeus fizeram uma maior aposta no investimento privado em termos de recuperação e resiliência. Provavelmente, irão obter melhores resultados.
Em relação aos recursos do Portugal 2030, as empresas também devem moderar as expetativas. À semelhança do que aconteceu no Portugal 2020, é provável que no Portugal 2030 a maior fatia de recursos seja encaminhada para o Estado, em como fonte de financiamento de despesa corrente, disfarçada em projetos estratégicos de longo prazo.
À semelhança do que aconteceu no Portugal 2020, também é provável que no Portugal 2030 a grande maioria das empresas portuguesas não receba qualquer tipo de apoios públicos.
Tal como tem vindo a acontecer nos últimos anos o contributo dos sistemas de incentivos para o financiamento dos investimentos tenderá a ser quase residual.
A expetativa mais sensata quanto à recuperação e resiliência deverá estar sobretudo no financiamento do sistema bancário e na capacidade de autofinanciamento das próprias empresas. E é provável que 2022 venha a ser um ano melhor para as empresas portuguesas.
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