Quem ganha? 50 anos de incêndios rurais
Em 2018 o incêndio em Monchique começou em 03/08 e acabou em 10/08. A ação dos bombeiros foi dificultada por fortes e mutantes ventos, previstos pelo IPMA, e difícil acesso dos meios terrestres.
O fogo resultou em 41 feridos, dos quais 22 bombeiros, e consumiu 26.885 ha florestais em Silves, Odemira, Portimão e Monchique. E ainda 62 casas de 1ª habitação, 49 de 2ª, e matou 5600 animais. Ao 6º dia combatiam as chamas 1400 bombeiros, 160 militares e 14 aviões. Em 06/08 a vila de Monchique ficou sem água. Foram evacuados 230 residentes.
Entre as causas: muito eucalipto, poucas faixas de descontinuidade, ordenamento do território que permitiu eucaliptais. Já em 2006, após o megaincendio de 2004, o ICNF pedira 120 km de faixas. Em 2017 haviam 30 km.
O fogo resultou em 41 feridos, dos quais 22 bombeiros, e consumiu 26.885 ha florestais em Silves, Odemira, Portimão e Monchique. E ainda 62 casas de 1ª habitação, 49 de 2ª, e matou 5600 animais. Ao 6º dia combatiam as chamas 1400 bombeiros, 160 militares e 14 aviões. Em 06/08 a vila de Monchique ficou sem água. Foram evacuados 230 residentes.
Entre as causas: muito eucalipto, poucas faixas de descontinuidade, ordenamento do território que permitiu eucaliptais. Já em 2006, após o megaincendio de 2004, o ICNF pedira 120 km de faixas. Em 2017 haviam 30 km.
Há 50 anos, MEIO SÉCULO, os incêndios florestais dominam Portugal. Em 06/09/1966 o fogo na Serra de Sintra matou 25. Em 08/09/85 matou 14 bombeiros em Armamar; em 14/06/86 matou 16 em Águeda.
A cada ano ardem 120 a 180 mil ha de florestas, um valor altíssimo. Em 2003 foram 426 mil, em 2005, 339 mil, em 2017 o absurdo de 563 mil.
Um estudo de 2012 mostra que 60% dos fogos são postos. Mas o Presidente da Liga dos Bombeiros os estima em 75%. Depoimentos de pessoas que viram movimentos estranhos antes das ignições são ignorados, por não terem dados suficientes para levar ao criminoso. Muitos dos suspeitos são ilibados por juízes por haver apenas fortes indícios, não provas cabais do ato ilícito.
Com frequência, os raros incendiários julgados culpados, idosos, isolados ou ligeiramente afetados, são liberados após poucos meses, por vários motivos. Não me lembro de, como noutros países, terem sido forçados a denunciar quem lhes pagou para iniciar o fogo.
Após o fogo, passa o comprador de cortiça e o de madeira para pasta de papel a oferecer preços ridículos. Alega que as árvores disponíveis estão afetadas. Às vezes, após uns poucos anos, solicita-se à CCDR alteração da Reserva Agrícola ou Florestal, para campo de golfe ou resort.
Um mau administrador combate o fogo. Um bom evita-o. Em 2005 publiquei no “Jornal de Negócios”, mais tarde no “Público”, aqui sempre, como outros países o evitam. A cada ano a tecnologia facilita prever e prevenir. Usam-se dados do IPMA, nanocâmaras na ponta de longas varas de nanocarbono nos picos, softwares. Até bombeiros que antecipadamente se colocam em locais de alto risco com extintores para apagar a flama antes do fogo. Hoje há drones com uma espuma especial para apagar focos. Já há drones para 200 kg. Helicópteros é do passado, ganha o amigo da corte. Combater é deixar tudo como está.
Há que classificar fogo florestal como crime contra a segurança nacional, averiguado e julgado pelo militar. Quando morre uma centena de pessoas, como em Pedrógão, outras centenas anualmente perdem os bens pelos quais lutaram toda uma vida, e centenas de milhões perdidos em animais, alimentos e florestas, há que repensar. É crime não só contra o ambiente e a população local, mas contra o fundamental da democracia, a segurança, até a nacional.
Os fogos de Pedrógão, e desta semana em Monchique, foram comentados em jornais suecos, ingleses e alemães. Muitos dos que procuravam habitações no interior, que garantiriam a limpeza do mato e o comércio e a agricultura local, desistiram.
YES, YOU CAN, MARCELO! O INTERESSE NACIONAL ACIMA DA ESPECULAÇÃO!
A cada ano ardem 120 a 180 mil ha de florestas, um valor altíssimo. Em 2003 foram 426 mil, em 2005, 339 mil, em 2017 o absurdo de 563 mil.
Um estudo de 2012 mostra que 60% dos fogos são postos. Mas o Presidente da Liga dos Bombeiros os estima em 75%. Depoimentos de pessoas que viram movimentos estranhos antes das ignições são ignorados, por não terem dados suficientes para levar ao criminoso. Muitos dos suspeitos são ilibados por juízes por haver apenas fortes indícios, não provas cabais do ato ilícito.
Com frequência, os raros incendiários julgados culpados, idosos, isolados ou ligeiramente afetados, são liberados após poucos meses, por vários motivos. Não me lembro de, como noutros países, terem sido forçados a denunciar quem lhes pagou para iniciar o fogo.
Após o fogo, passa o comprador de cortiça e o de madeira para pasta de papel a oferecer preços ridículos. Alega que as árvores disponíveis estão afetadas. Às vezes, após uns poucos anos, solicita-se à CCDR alteração da Reserva Agrícola ou Florestal, para campo de golfe ou resort.
Um mau administrador combate o fogo. Um bom evita-o. Em 2005 publiquei no “Jornal de Negócios”, mais tarde no “Público”, aqui sempre, como outros países o evitam. A cada ano a tecnologia facilita prever e prevenir. Usam-se dados do IPMA, nanocâmaras na ponta de longas varas de nanocarbono nos picos, softwares. Até bombeiros que antecipadamente se colocam em locais de alto risco com extintores para apagar a flama antes do fogo. Hoje há drones com uma espuma especial para apagar focos. Já há drones para 200 kg. Helicópteros é do passado, ganha o amigo da corte. Combater é deixar tudo como está.
Há que classificar fogo florestal como crime contra a segurança nacional, averiguado e julgado pelo militar. Quando morre uma centena de pessoas, como em Pedrógão, outras centenas anualmente perdem os bens pelos quais lutaram toda uma vida, e centenas de milhões perdidos em animais, alimentos e florestas, há que repensar. É crime não só contra o ambiente e a população local, mas contra o fundamental da democracia, a segurança, até a nacional.
Os fogos de Pedrógão, e desta semana em Monchique, foram comentados em jornais suecos, ingleses e alemães. Muitos dos que procuravam habitações no interior, que garantiriam a limpeza do mato e o comércio e a agricultura local, desistiram.
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